quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Hoje, pela primeira vez ....

A choradeira das primeiras semanas de escola há muito que se tinha transformado em choraminguice, num apelo resignado de quem já percebeu que não adianta o protesto (e de quem também já não sente razão para protestar).

A adaptação foi difícil mas, quase dois meses depois do início da escola, posso dizer que o baby gosta do "cole" e da professora "elhena" (como ele diz).

Hoje, pela primeira vez, o rambinho não chorou quando o deixei

Hoje, pela primeira vez, subimos as escadas a contar: "um"(1), "tegi"(3), "caco"(4), "xei"(6), "dexi"(10).

Hoje, pela primeira vez, o rambinho abriu a porta e correu para a sala de aula.

Hoje, pela primeira vez, o rambinho não protestou e ficou logo entretido a brincar.

Hoje, pela primeira vez, a mãe do rambinho saiu tranquila da sala.

Hoje, pela primeira vez, o rambinho mordeu (e diz que com alguma força) em dois coleguinhas da escola

... era bom demais para ser verdade não era?

Em defesa do meu filho tenho a dizer que está profundamente arrependido. Quando cheguei para o ir buscar, vinha meio triste. Depois da professora me contar o episódio, ou melhor, os episódios, voltou a avisar o piqueno: "solo besitos, auau no, vale?".

O rambinho, muito envergonhado, olhava para o chão e duas lágrimas gordas começaram a escorre-lhe pela cara. "mãe, dedo, dedo", dizia ele, como que a contar o que se tinha passado. Estava triste e envergonhado, como confirma o recado no diário da escola:

"Hoy mordió dos veces. Raro verdad? Estuvo triste ..."

Apesar de ser um rambinho, a sua rebeldia não se manifesta nem a bater nem a morder nos outros (graças a deus). Apenas o primo já tinha sentido a força da sua mandíbula, mas só depois de várias palmadinhas, empurrões e assaltos "por esticão" aos brinquedos...  agora do nada?

"Que raro verdad?" :(

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Escola: primeiro dia (parte 2)

(escrito a 6 de Setembro de 2010)

Acabei de deitar o Rambinho. A excitação hoje era maior que o habitual. Deixei-o na cama a primeira vez cerca das 21h30 mas tive de lá voltar uns minutos a seguir.

Achei que, depois de se ter portado tão bem no primeiro dia de escola, não era justo negar-lhe um miminho extra.

“Mãe! Mãe! lélé” (mãe leitinho). “Não filho, acabaste de jantar”.

“Mãe?”, diz filho, “qué có”(quero colo). Percebi o pedido pelos braços estendidos na minha direcção... pois foi a primeira vez que o disse.

Contra todas as (supostas) regras acedi no mesmo segundo. Caramba! Hoje não é um dia qualquer.

Ele só queria miminho e aquela brincadeira especial com a mãe. Aquela que ele adora, cheia de abraços, beijos, cóceguinhas, dentadinhas, turrinhas e outros segredos só nossos.

Depois desta pequena rebeldia na hora de deitar, encostou a cabecinha no meu ombro e, com um abraço, perguntou: “Mãe? A titi? ... mãe! Vovô?... mãe! Tio?”

A angústia que consegui engolir de manhã subiu pela minha garganta acima. Dei-me por vencida....

Aconcheguei o meu bebé num abraço apertado e respondi: “a titi, o vovô e o tio mandaram-te um grande beijinho e agora estão a fazer óó”.

Não há dia que passe que o rambinho não pergunte pelos avós, pelos tios e pelos primos. Fazem-nos sempre muita falta, mas hoje, quando o rambinho pôs o pé fora do ninho, tive vontade de poder voltar para o meu.

Escola: primeiro dia (parte 1)


Hoje (6 de setembro) foi o primeiro dia oficial de escola. Oficial porque, pela primeira vez, ficou sozinho com os seus novos amigos, professoras e auxiliares e... sem os pais.

Foi o primeiro dia de uma rotina da qual fazemos parte mas à distância (nós pais). Sobre a qual vamos tendo conhecimento pelas conversas com a professora, pelas informações que se vão partilhando no diário da escola e, de futuro, pelas conversas entusiasmadas dos pequenos aprendizes. É o primeiro olhar para fora do ninho.

O Rambinho largou a minha mão sem grandes problemas. À frente dos seus olhos estavam casinhas, motas e carrinhos que já conhecia numa breve visita que fez dias antes com os pais. Penso que se não fosse a mãe ter entrado e saído da escola por duas vezes, devidamente detectadas pelo seu radar, não teria havido grandes lágrimas.

A choradeira só se deu ao ver a mãe partir depois de um pedido negado que lhe soube a traição. “Abi mãe” (abre mãe), disse confiante, agarrado à cancela que o separava do recreio da escola e do meu colo.

“A mãe vai parar o carro e já vem” repeti, enquanto lhe mandava mil beijos pelo ar. Saí com um nó na garganta quando o vi a chorar de olhar perdido ao colo da professora. “a mãe, a mãe, a mãe”, balbuciava entre lágrimas, implorando que ficasse.

Saí o mais rápido que pude. Lá fora ainda o ouvia. Entrei no carro. Respirei fundo e fiz de tudo para engolir a angustia que já me inundava os olhos. 

Fui ao supermercado. Podia ser que o tempo passasse mais rápido. O telemóvel viajava entre o bolso e a minha mão, pelo menos de dez em dez minutos.

Já é tempo de o ir buscar. Esta semana fica apenas duas horas, para se adaptar. Cheguei 15 minutos mais cedo. Já uma dezena de mulheres, entre mães e “chicas” (empregadas), e dois ou três pais faziam fila no portão, que ainda estava trancado.

Assim que as portas se abriram a ansiedade entre progenitoras eram grande. Numa fila ordeira lá esperámos pela nossa cria, com o desejo secreto que não viesse lavada em lágrimas.

“Vasco! É a mãe” disse-lhe abrindo os braços na sua direcção. “A MÃE!”, exclamou com um sorriso discreto mas de olhos radiantes. Enquanto saíamos dizia olá às outras mães e aos “meni” (meninos) que ali estavam.

Penso que estava feliz por me ver. Talvez até um pouco aliviado, mas com um ar de prova superada. Amanhã há mais.... vá, tudo a fazer figuinhas ;)

O pernalta de "pañales" (fraldas... em espanhol;)


Acabadinhos de chegar, fomos dar uma volta  com o piqueno no “nosso bairro” fechado. Aqui os condomínios são tipo cogumelos, nascem por todo o lado, e nós achámos que era uma boa solução.

A dada altura esbarrámos com os nossos senhorios, também eles pais de filhos (mas três), que estavam com uns amigos, também eles pais de filhos (mas quatro).

Enquanto conversávamos animadamente com os vizinhos deixámos o rambinho travar também amizades com os “chicos” e “chicas” da sua idade (ou quase)

Ele que adora conviver, ou não estivesse sempre a chamar pelos “meni”(meninos), foi inocentemente para o meio da molhada todo contente.

Passados cinco segundos olho para o lado e está o pequenote sentado no chão a abrir um berreiro valente.

E não é que um “manolo” qualquer abalroou, sem dó nem piedade, o meu baby com um empurrão à traição?

“Vá, já passou!" dizia ao rambinho (que estava inconsolável), "não foi nada", repetia 

A verdade é que pensei... olha-me este! um pernalta de “pañales” (fraldas), lingrinhas, trinca-espinhas, que mal sabe falar oferece este kit de boas vindas ao meu filho? Olha lá ó Manolo, tu já olhaste bem para o tamanho do meu baby? Deixa-o crescer uns meses e vais ver!!!!

E é nisto que uma pessoa se transforma quando é pai e mãe.... que vergonha ;). eu com estes pensamentos perfeitamente absurdos e os dois, cinco minutos mais tarde, a treparem uma escadaria, quais companheiros de uma vida.

"es un animalito", diziam os vizinhos, acostumados às travessuras de "su pequeño". A verdade é que o miúdo tem graça... acho que o rambinho desencantou aqui um "el rambo" à sua altura... medo !!!!


E vai para cima de um mês... Olé!

Já estamos há mais de um mês em terras de "nuestros hermanos" e só agora consegui pôr tudo em ordem para voltar a estas lides.

Antes de começar a partilhar o que fui escrevendo entre caixotes, fraldas (sempre as fraldas) e saudades, quero apenas mandar um grd bj a todos os que me têm perguntado por estas "crónicas".

Sabe bem saber que alguém acha graça a isto e que até sente falta quando não há ;). Assim se confirma que "o essencial é invisível aos olhos"...  não te vejo mas tu estás ai ;)

grd grd bj

mummy Ritxinha

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Interrogatório na hora do óó

O processo de adormecer é agora (e depois do Método Estivill), bastante tranquilo.

Mas há sempre novidades. Sem saber ainda pedir as historinhas de embalar, o Rambinho faz o que pode para adiar o inevitável: ir para a cama.

Quando está ao colo, no miminho, acompanhado por uma cantoria da mãe, começa o interrogatório:

Tai (pai)? (pergunta) - "está a fazer óó" (respondo)
Avu (avô/avó)? - "está a fazer óó"
A pota (porta)? - "está a fazer óó"
Tio? - "está a fazer óó"
Titi (tia)? - "está a fazer óó"
Nhadi (nody)? - "está a fazer óó"
Pada (Panda)? - "está a fazer óó"
Xaxa (salsa, a cadela)? - "está a fazer óó"
Melhão (balão)? - "está a fazer óó"
Badi (balde)? - "está a fazer óó"
Miau (gato)? - "está a fazer óó"
Carro? - "está a fazer óó"
Belhaixa (bolacha) - "está a fazer óó"
rraaauu (Shreck) - "está a fazer óó"
Tátá (pato)? - "está a fazer óó"
Á (água)? - "está a fazer óó"
A lu (luz)? - "está a fazer óó"
A xu (chucha)? - "está a fazer óó"

Mãe? - "também quer ir fazer óó"

(e começa tudo outra vez ;)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

"A velhice é uma chatice" (mais uma vez, obrigada Conca)







A velhice é uma chatice", já lá dizia a minha bisavó Acácia. curiosamente, uma senhora cheia de vida. Uma mulher de armas, "prá frentex".


Foi das primeiras mulheres a montar a cavalo (como um homem), em Lisboa. "Olha ali uma cavalona", contava divertida este comentário que, amiúde, lhe faziam quando passava a trote.

Enquanto a saúde lhe permitiu, foi independente, dona do seu nariz. Apenas se queixava das dores no corpo que acusava o tempo que nunca conseguiu alcançar-lhe a mente.

Falo hoje nela por causa de um texto que acabei de ler e que não podia deixar de partilhar neste espaço. (CLICA AQUI)

"A velhice é uma chatice" sobretudo se estivermos sós, sem família, longe da nossa casa, sem ninguém para conversar, apenas à espera que a máquina decida, um dia, deixar de funcionar.

Felizmente, não era a esta "chatice" que a bisa Acácia se referia. Rodeada da família, em casa (quase até ao fim) e com o amor da sua vida, o exemplo dela passou e a mensagem continua bem viva em todos nós.

Agora que sou mãe, que já passei a barreira dos 30 e que o futuro começou a correr na minha direcção à velocidade de um carro de fórmula 1, penso várias vezes nisto.

É difícil falar nisto. É difícil encarar isto de frente. Deve ser difícil lá chegar. Mas quero que seja fácil olharem-me com ternura e tratarem-me com amor.

Estou convencida que boa parte depende de mim. De me cuidar, de poupar, de me sentir sempre útil, de conseguir educar os meus filhos para o respeito pelos mais velhos, de saber ouvi-los, de ser amiga dos meus amigos, companheira da minha família, cúmplice do meu marido.

"Sabes eu acho que todos fogem de ti, para não ver a imagem, da solidão que irão viver. Quando forem como tu. Um velho sentado no jardim."

Não quero que os meus filhos tenham medo de, um dia, serem como eu. Quero que digam "quando tiver a tua idade, quero ser como tu."

terça-feira, 13 de julho de 2010

Em Março de 2009 escrevi na minha Moleskine

(sim sei que já estamos em Julho.... atrasei-me ;)

... que no primeiro dia do mês o primo bebecas começou a andar sozinho com confiança e que já se aproximava da Salsa (a cadela)
... que no dia 2 a mamã começou a aulas de ginástica de recuperação pós-parto (não só comecei tarde, como ao fim de quatro desisti ;)
... que no dia 3 dormiste pela primeira vez no teu berço (até agora dormias na alcofa do carrinho)
... que a Tia Sónia e o Tio Nilton nos vieram visitar no dia 6
... que dia 10 foste à consulta
... que, por causa das obras das reparações lá em casa, tivemos de nos mudar para casa dos avós, no dia 17, e que nesse mesmo dia os pais e os tios foram à ante-estreia do filme "Marley e eu" (a mãe leu o livro qd estava grávida)
... que ficaste mal da barriguinha no dia 18 (a palavra que começa por D e acaba em A não é bonita... prefiro não escrever ;)
... que dia 19 foi dia do PAI
... que dia 20 fomos a uma reunião CASCA em casa da tia Sofia e do tio João
... que fomos passear com os tios Jo, Goni, Pipinha, Ângelo e primo bebecas para o passeio marítimo em Oeiras, dia 21 (tinha acabado de ser inaugurado)
... que dia 25 a mamã te vestiu, pela primeira vez, uma roupinha mais de rapazinho crescido
... que começaste a agarrar e a brincar com os bonequinhos do parque no dia 27
... que foste passar o fim-de-semana de 28 e 29 à Praia das Maçãs, com os pais e alguns amigos

Presos no transporte mais seguro do mundo

Depois de deixarmos o Big Daddy no aeroporto, voltámos para casa a conversar sobre os planos para as actividades que íamos realizar até à hora de deitar.

O Rambinho insistia "nhadi, nhadi (noddy)" e eu dizia "só um bocadinho filho, não queres também fazer os legos?".

Apanhámos o elevador, recolhemos uma simpática vizinha no ré-do-chão e.... encravámos no sexto andar.

Nunca tinha ficado fechada dentro de um elevador, mas o que não queria mesmo era que o Rambinho ali estivesse. Depois de alguns segundos a pensar "e agora?", lá respirei fundo e lembrei-me do que o meu pai me tinha dito há uns dias: "o elevador é o transporte mais seguro do mundo".

Tentámos pedir ajuda. O telemóvel ficou logo de parte pois não tinha rede. Carregámos no botão da assistência que nos disse que ia tentar enviar o piquete o mais depressa possível, mas não sabia bem quanto tempo ia demorar.

O calor aumentava e a impaciência do piqueno também. Felizmente tinha chucha, biberão de água e jantar (já na barriguinha).

Tirei-lhe a t-shirt, cantei-lhe músicas e o telemóvel, que parecia obsoleto naquela situação, foi absolutamente indispensável para distrair a criança sentada ao meu colo no chão do elevador.

"Mãe, a pota a pota (porta), abi (abre)", choramingava.

O outro elevador começou a funcionar. Começámos a carregar com mais intensidade na campainha. "Está ai alguém? Estamos presas no elevador! está aqui uma criança!"

Uma voz veio em nosso auxílio, que chamou outra voz, que chamou outra e outra que tinha (felizmente) a ferramenta certa para abrir a porta de fora do elevador (a de dentro já tínhamos conseguido abrir... o que aliviou bastante a temperatura).

Tivemos sorte, muita sorte. Para quem fica fechado num elevador, num domingo, em Julho (mês de férias) às oito e meia da noite, trinta e poucos minutos foi um verdadeiro "lusco fusco", imagino eu, dadas as circunstâncias.

Não sei se o piquete chegou a aparecer mas, à cautela, subi o resto dos andares que me restavam com o Rambinho nos braços. "Não quer ir no outro elevador?" perguntavam simpaticamente os vizinhos. "Não obrigada. Prefiro levar o meu filho ao colo pelas escadas. Hoje ninguém me apanha mais dentro de um elevador."

Já em casa achei que o baby merecia um presente por se ter portado tão bem. Acabou por ir para a cama depois de uma barrigada de "noddis".

terça-feira, 6 de julho de 2010

Bombeiros, polícia e rua cortada


Estava a chegar a casa quando vi a rua cortada por um grande aparato polícial. Ao fundo estava uma carrinha de exteriores da RTP e pensei "manifs num dia quente destes, em época de férias? que estranho".

Mal fiz a curva, deparei-me com vários carros de bombeiros e muita gente na rua. Gelei. Não conseguia perceber em que prédio tinha sido o incêndio.

Arranquei e parei ao pé do primeiro polícia. "Em que prédio foi?". O "sr agente" percebeu a minha aflição  e respondeu muito sereno. "Tenha calma já passou, foi no prédio em construção". 

"Mas há algum perigo? moro no prédio ao lado, está lá o meu bebé", insisti. "Não, já está controlado".

Fiquei aliviada mas não tranquila. Liguei para casa, ninguém. Voltei a ligar, nada. À terceira... lá me atenderam. 

Também se assustaram com a nuvem negra que invadiu a varanda e arrancaram para a rua deixando o telemóvel para trás. Só lá em baixo perceberam que não era a casa do vizinho que estava a arder e lá voltaram para casa.

A nuvem de fumo chegou na hora em que o rambinho se preparava para ver o noddy. O pequeno, completamente alheio ao que se passava, não gostou de ver os seus planos alterados e quando foi arrancado do seu banquinho esperneou e pediu ajuda ao seu herói.

"nhadi, nhadi, nhadi (noddy)", gritava enquanto era levado na direcção da porta, para longe do ecrã.

Graças a Deus tudo não passou de um susto e os danos foram só materiais.

Quando consegui chegar a casa, o rambinho já estava novamente sentado no seu banquinho. Dei-lhe um grande abraço e muitos beijos (acompanhados de suspiros... de alívio).

"Mãe, nhadi, nhadi", dizia radiante.






domingo, 4 de julho de 2010

"Oh tão pequenino! e não tem medo?"



Os demais visitantes do Jardim Zoológico espantavam-se. Como é que uma criatura pequena de fraldas ria à gargalhada e estendia a mão sem medo nenhum para dar folhinhas à girafa?

(ATENÇÃO: folhinhas apanhadas do chão. Respeitámos a dieta do animal).

A girafa agradecia e estendia a língua comprida que fazia cócegas nos dedinhos gorduchos do Rambinho.

Foi um sucesso!

A seguir parámos para um lanchinho rápido. O baby agradeceu e seguimos para o espectáculo dos golfinhos. No final, apercebi-me que não tinha a carteira.

Telemóvel, cartões, BI, carta de condução, tudo tinha ficado no banco onde parámos para dar comida ao rambinho.

Corri que nem uma louca mas claro que não encontrei nada. A última esperança estava no telemóvel. Podia ser que alguém ainda o atendesse, que ainda não o tivessem desligado.

Do outro lado da linha respondeu o segurança do Zoo: "Sim, está na porta de entrada, passaram cá a entregar".

Nem queria acreditar. Pensei "bom, pelo menos o telemóvel recupero". A surpresa, ou melhor, estupefacção foi total quando recebi das mãos do segurança a minha carteira intacta. Não faltava nem um cêntimo.

"Hoje ganhou o euromilhões", disse o segurança. É verdade. Não consegui agradecer à senhora que "salvou" as minhas coisas, mas fica aqui a história com um gigante "Muito Obrigada".

Dicionário de Rambês - Português (parte 2)

"Baana, Baana", diz o Rambinho logo a seguir ao "mãaeeeee" matinal. A fome aperta, por isso, há que pedir o que mais gosta: Banana (s.f. fruto da bananeira)


A cada dia que passa o piqueno está com a língua mais solta e o rambês mais fluente. Aqui fica a lista das últimas proezas linguísticas do rambinho, por ordem (mais ou menos) cronológica.


Á, Á (Água) s.f. líquido natural (h2O). Gosta e bebe muita. Se for servida num copinho é uma festa. 


Mãe s. f. Progenitora. Dito agora na perfeição de manhã, à tarde e à noite. Esteja feliz ou a fazer birra, o baby gasta-me o "nome"... e sabe tão bem.

Pai s. m. Progenitor. Já vai intercalando a expressão certa com o "Tai". Sinceramente, acho que já percebeu qual a palavra correcta... mas gosta de fazer a graça.


Caiu 3ª pess. sing. pret. perf. ind. do verbo Cair. Pronunciado sempre que cai no chão (o que tem acontecido com alguma frequência visto que a criança agora acha que é o homem bala e anda sempre a correr por todo o lado).


"Cai, cai, cai" 3ª pess. sing. pres. ind. do verbo Cair. Expressão usada sempre que está ao colo, no carrinho ou na cadeirinha e quer ir para o chão.


Abi (abre) 3ª pess. sing. pres. ind do verbo Abrir. Fazer cessar o estado de fechado. O fascínio pelas portas é demais. Podem estar mil brinquedos à volta que se houver uma porta ao seu alcance passa a tarde a abrir e a fechar a dita.


Xaxi (Salsa), nome próp. A cadelinha dos meus pais é a melhor amiga do rambinho. Ele adora-a e ela a ele. Está taco a taco com o Noddy ;)


Miauuu (Gato), s. m. Zool. mamífero digitígrafo, tipo da família dos felídeos.  A "expressão" é muito usada para pedir o "hit" "Atirei o Pau ao Gato" e quando é avistado o próprio do bichano.


Tátá (opção 1 - Sapato) s. m. Calçado que só cobre o pé ou parte do pé. Se está descalço ou o sapato caiu é certinho que este Tátá se refere a calçado.


Tátá (opção 2 - Quáquá - Pato) s. m. Ornit. Ave palmípede. Se está no banho, se avista um destes animais, se insiste em apontar para o computador (música dos patinhos para ir dormir) ou se está a ver televisão (e o bicho aparece)... enfim, tudo depende do contexto. 


Au Au ou Cão s. m. Quadrúpede carnívoro digitígrado e doméstico. É sem dúvida um dos seus animais preferidos, por isso, diz cão na perfeição e já sabe ladrar (morder é raro... mas também tem jeito ;)


Nhão ou Nhãaaaaooo (não) s. m. Adv. Partícula negativa oposta à afirmativa sim. Dito quase na perfeição e com bastante frequência.


Olhá (olá)Interj. Fórmula de saudação. Demorou algum tempo mas já está quase perfeito. O Rambinho não o diz a toda a gente, mas quando arranca parece um pequeno príncipe a cumprimentar o seu povo.


Carro s. m. Veículo de rodas para transporte de pessoas ou mercadorias. Dito sem espinhas... nunca houve popós cá em casa.


Ada (anda) interj. Indica pedido ou ordem para que se prossiga com algo. Usado quando quer que alguém o siga, quando segue alguém ou quer que o levem a algum lado. E se não lhe obedecem, o piqueno não se acanha e vai buscar esse "desobediente" pela mão.


Há mais... mas a lista já vai longa... fica para o próximo post ;)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Discos Pedidos




Não sei que raio têm as músicas infantis, mas não há dúvida que a criançada fica viciada em três tempos.

Não há Madona, Black Eyed Peas ou Alicia Keys com "singles" tanto tempo no top como um "Atirei o Pau ao Gato" ou um "Doidas, doidas, doidas Andam as Galinhas".

A pequenada vibra e os pais, qual pastilha elástica, mastigam, mastigam e mastigam os mesmos acordes vezes sem conta.

Ora o Rambinho não é excepção! se ele soubesse mexer numa aparelhagem (hoje em dia mexe mas ainda não sabe), eu diria que tinha colado com super cola 3 o botão do repeat na música do "Miaauuu" (Atirei o Pau ao Gato).

O bichano está no número 1 da tabela cá de casa há várias semanas (ou mesmo meses). É sem dúvida a música mais pedida, mas há outras.

Antes de descobrir o Noddy, outro fenómeno de popularidade, as refeições eram autênticas sessões de discos pedidos que a mãe tinha de cantar. Aqui vai o TOP FIVE:

 "Miauuuu" (Atirei o Pau ao Gato)

 "Doidas, doidas, doidas andam as galinhas" (pedido com as mãos no ar a abanar freneticamente)

 "Abram Alas para o Noddy" (requisitado através de uma dança maravilhosa e estalinhos com a língua)

 "Lá em cima está o tiroliroliro, cá em baixo está o tiroliroló" (exigido de indicadores espetados na direcção do chão e do tecto - esta ainda não encontrei no youtube)

 "Tátá" (a música dos patinhos para ir dormir)

A anedota das férias

Nestas mini férias o Rambinho fartou-se de brincar na praia com o primo Bebecas, nove meses mais velho.

Eles adoram-se mas, como todas as crianças nestas idades, as disputas pelo balde da praia, pelo carrinho, pelo livro ou por qualquer outro tareco que entendam ser sua propriedade exclusiva provocaram algumas birras, empurrões e mordidelas.

Estes episódios são chatos, mas um deles (e porque não foi nada grave), acabou por se transformar na anedota das férias.

Na última noite fomos jantar a casa de uns amigos e os piquenos foram connosco. A dada altura, estavam os dois a jantar muito sossegadinhos quando passa uma das "tias" e diz:

- "Ai que meninos tão lindos, tão bem comportados"

Resposta do Bebecas:

- "O Fonxo deu com a esfegona (esfregona) na cabexa do pimo (primo)"

Ou seja, "Tia nada de confusões que não há aqui meninos tá?!" lolololol Mai nada! ;)

terça-feira, 18 de maio de 2010

"Tai" fazemos as pazes?

A primeira grande "separação" do Rambinho da mamã e do "Tai" aconteceu em Fevereiro, altura em que, durante dez dias, estivemos de férias e o baby ficou aos cuidados dos avós.

Quando regressámos, o Rambinho, que até àquele dia não dizia mamã nem por nada, passou a repetir essa palavra mágica até à exaustão.

O "Tai", dito e redito desde o fim-do-ano, com um entusiasmo de fazer inveja (a mim claro), de repente desapareceu do vocabulário do piqueno.

A retaliação dos dias sem os pais foi um duro golpe para o Big Daddy, que viu os seus níveis de popularidade cair a pique nas sondagens lá de casa, enquanto a "mamã" ocupava o pódio (nada mais justo ;).

Passadas três semanas, o Big Daddy partiu para a sua aventura no Atlas. Nessa semana a palavra proibida voltou novamente a ser pronunciada, embora de uma forma discreta: "Tai? tai?", ouvia-se ao acordar quando, no meu colo, nos preparávamos para o habitual miminho matinal na cama dos pais. "O Tai não está filho, vamos ver os bonecos?"

Regressado do cume da montanha, o Big Daddy suspirou de alívio. O Rambinho voltou a chamar por ele. Decidiu fazer as pazes (não fossem os malucos dos pais desaparecer outra vez).

Agora que o Big Daddy passa a semana toda em Madrid, o pequenote não esconde as saudades. Pergunta pelo pai o dia todo, procura-o pela casa e sempre que o telefone toca diz "Tai? tá! tá!".

É certo que amua nos primeiros minutos em que torna a ver o pai. Finge-se indiferente, até desvia o olhar, o malandro! Mas, depois deste pequeno castigo, a felicidade fica-lhe estampada na cara.

É impressionante como, quase sem palavras, um bebé de 16 meses consegue transmitir tudo o que lhe vai na alma. O pai é o seu herói, a mãe a princesa dos mimos. Estes dois ingredientes (e uma papa cerelac), é tudo o que precisa para ser plenamente feliz.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Virose com muita pinta... será do Benfica?

A seguir ao banho de sábado, o Rambinho começou a ficar todo pintalgado. Primeiro no peito e depois na barriga e nas costas.

A resposta do médico ao mail devidamente documentado com fotos foi "não se preocupem. Pode ser da temperatura da água ou uma alergia, mas nada de grave."

Obedecemos, mas confesso que fiquei pouco sossegada. Passou-me logo pela cabeça a varicela, sarampo, rubéola enfim, todo o tipo de doenças que implicassem pintas vermelhas.

No dia seguinte, depois de uma daquelas noites fantásticas em que o rambinho achou que giro giro era não deixar ninguém dormir, acordou com a cara a "fazer pandan" com o resto do corpo.

Novo e-mail, nova foto, nova resposta. "é melhor ser visto. pode ser uma virose."

Lá fomos para S. Francisco Xavier e o diagnóstico confirmou-se. Ufa!! De facto, não fossem as pintas, e nada fazia parecer que o piqueno estivesse doente, o que foi óptimo.

Não sei o que causou mais esta virose. Pintas vermelhas na véspera do Benfica ser campeão?????? Big Daddy, acho que tens pôr mão nisto antes que seja tarde. Afinal, o nosso baby já é um lindo diabrete ;).

domingo, 2 de maio de 2010

Dia da mãe em countdown




Há pouco mais de um mês e meio, a notícia de que íamos mudar de país trocou-nos as voltas. Desde então, um misto de emoções e reacções tem-me impedido de sentir plenamente esta mudança como uma coisa boa, que merece ser vivida com entusiasmo.

Foi nos dias de praia que antecederam o "primeiro mergulho" neste desafio, que o Rambinho me ensinou a lição que estava a precisar aprender. 

De balde ao ombro, adivinhando (talvez) o que tem preocupado, inquietado e acelerado os pais nos últimos dias, o baby acenava e entoava o seu "xau xau!", partindo radiante à descoberta das emocionantes experiências que a areia e o mar lhe proporcionavam.

Hoje o Big Daddy fez o mesmo. Não de balde ao ombro, mas de mala e mochila às costas embarcou para Madrid.

Hoje, finalmente, respirei fundo e percebi que, tal como o Rambinho fez na praia, encarar as novas experiências com emoção, confiança e alegria é a atitude certa.

Amanhã é o primeiro dia no novo trabalho, na nova cidade, no novo país. Depois do Verão, vamos nós. 

Este Dia da Mãe deu início ao countdown para voltarmos a estar juntos todos os dias. Por agora, vou tentar transformar as saudades do Big Daddy em mimos ao Rambinho.  

Boa sorte "tai" (ver post dicionário Rambês/Português), estamos os dois a torcer por ti. LY

Feliz Dia da Mãe




Hoje, Dia da Mãe, quero dedicar esta música à minha mãe e às minhas duas avós.

Obrigada por todas as lições de vida que me deram e que fizeram de mim quem sou hoje. 

Cada uma à sua maneira me ensinou a ser mãe... 

.... a mais maravilhosa, exigente e desafiante das profissões 
... a entrega mais incondicional de todas as entregas
... a missão mais importante de todas as missões

e, sem dúvida...

... o amor mais arrebatador de todos os amores.

Não seria capaz de estar à altura de tudo isto sem vocês e a nossa família.

Um bj do tamanho do mundo.

Big Mamma

terça-feira, 20 de abril de 2010

A visita da primeira Virose

Na quarta-feira passada o baby já não acordou bem. 

"Está quentinho", disse eu, assim que o tirei da cama. A rabugisse confirmou o diagnóstico e os 38,5º deram o alerta.

Não quis comer, não quis brincar. Chorava ao meu colo e balbuciaba "mamã" numa voz arrastada e triste. 

Será a dita Virose? Não tinha apanhado frio, era pouco provável que tivesse comido alguma coisa estragada e não tinha estado em contacto com ninguém doente. Logo, o que não se explica... é uma Virose.

Esta estranha maleita que aparece sem avisar, e desaparece como que por magia, visitou o Rambinho  provocando-lhe uma grande má disposição e febres altas.

Quarta à noite a temperatura chegou aos 39,8º. Confesso que nos assustámos. Chegámos a pensar arrancar para o hospital.

Com o baby ao colo, completamente inconsolável, olhava para o Big Daddy à procura de uma solução.

"Vamos?", disse ele. Mas concordámos que era melhor esperar um bocadinho para ver se o benurom actuava. E actuou!

Não sei se foi da doença ou da cura, mas passados cinco minutos tinha vómito do pescoço até aos pés (again... a saga teve o primeiro episódio logo de manhã), e a febre tinha baixado.

Depois da dança dos pijamas e do banho de dodotes a noite continuou sem grandes percalços.

Foi a primeira vez que vi o rambinho doente. Não foi nada grave e tudo se resolveu em casa, mas ouvir o meu bebé a pedir-me ajuda e não conseguir trocar de lugar com ele despedaçou-me o coração.

Valeram-nos os mimos trocados, as palavras de conforto, as festinhas e beijinhos, o vários biberões de água, o bendito benurom e a segurança de saber que a "mamã está sempre aqui", que "já passou" e que "tudo vai correr bem".

terça-feira, 6 de abril de 2010

Boa noite Rambinho, até amanhã!


Depois de alguns meses atormentados com o trauma de, ao mínimo toque, a "ferinha" poder despertar a horas impróprias, lá respirámos fundo e voltámos a tentar a táctica do biberão da meia-noite.

Para a maioria dos pais este ritual é mais que pacífico, mas para nós era de alto risco. Eu explico. É que foi um dos primeiros hábitos que tentámos incutir no Rambinho... sem sucesso.

O pequeno ranger aproveitava a visita dos papás com o leitinho para abrir a pestana e ficar em grande brincadeira até às duas da manhã.

Logo, os pais (nós), apavorados com a ideia de que, não só não dormíamos um sono seguido, como ainda podíamos atrasar em duas ou três horas o seu início, metemos a viola no saco e aguardámos pacientemente, pensando: "noites melhores virão".

Mas como as ditas noites tardavam e tardavam, decidimos voltar a arriscar. RESULTOU!!!! (o período experimental vai apenas nas três noites mas aparentemente a coisa vai ficar efectiva)

O Rambinho nem abre o olho, bebe o leitinho até ao fim, vira-se para o lado e lá continua a dormir sossegadinho até às oito da manhã.

Será que 455 dias depois (mais coisa menos coisa), terminaram os biberões da madrugada?

PS - Ó Vitinho! eu sei que posso estar a abusar da sorte mas... achas que é possível meter uma cunha para melhorar a parte do "amanhã cedinho, bem cedinho"? vá lá, só ao fim de semana... passar isso lá para as nove, vá! ;)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vale a pela LER: Revista Pais e Filhos de Abril



Entrevista com o Ídolo lá de casa: "Dr Estivill", vale sempre a pena saber o que este guru dos bebés tem para dizer.  

A não perder também reportagem sobre "Como escolher o médico certo para os seus filhos". (Big Mamma deu o seu testemunho...hehehheehe)

domingo, 28 de março de 2010

Uma da manhã, hey! três da manhã,hey! cinco da manhã, hey! seis da manhã,hey... bem bom??????




Aqui fica a banda sonora da minha noite de sábado.... (e não só, aiaiaiaiaiaiai). Precisava de um método Estivill para "durante a noite". Alguém tem sugestões?????????

Uma (e meia) da manhã
Um choro e um biberão para dar
Três da manhã
Uma chucha faz magia
Ás duas por três
Lá me volto eu a levantar
Cinco da manhã caindo (de sono)
E lá vai mais uma leitinho
Uma choradeira às seis
Não há soninhooooo

Uma da manhã ei, lá vou
Duas da manhã, dando
Três da manhã ei, biberão
Quatro da manhã, já são
Cinco da manhã ei, baby
Seis da manhã, sono
Sete da manhã ei, birra
Oito da manhã, biberão
Mimo da manhã p'ra dois
Sem saber se vou dormir depois ... sonooooozzzzzzzzz


Uma (e meia) da manhã
Um choro e um biberão para dar
Três da manhã
Uma chucha faz magia
Ás duas por três
Lá me volto eu a levantar
Cinco da manhã caindo (de sono)
Mais um biberão com leitinho
Uma choradeira às seis
Já não há soninhooooo

Uma (e meia) da manhã ei, lá vou
Duas da manhã, dando
Três da manhã ei, biberão
Quatro da manhã, já são
Cinco da manhã ei, baby
Seis da manhã, sono
Sete da manhã ei, birra
Oito da manhã, biberão
Mimo da manhã p'ra dois
Sem saber se vou dormir depois ... sonooooozzzzzzzzz

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ataques de Fúria... Mas porquê?

Ontem, depois de comer quase a paparoca toda, o rambinho andava encantado com as chaves de casa. Ia para a porta, dava gargalhadas, voltava para a sala e repetia o percurso, sem se cansar.

A brincadeira passou a birra quando decidi contrariar a criatura e dizer-lhe que "brincar tudo bem, mas não põem as chaves na boca!".

À sua boa maneira reguila, o Rambinho instalou no canto da boca um sorriso malandro, enquanto encaminhava, em câmara lenta, todo um chaveiro para dentro da cavidade bucal.

Percebi a provocação. "Vá, dá à mãe. Olha aqui o teu carrinho!". Não deu resultado.

Como ele insistia em trincar as chaves, ignorando propositadamente o meu pedido, foi preciso intervir e esconder o objecto.

Enfureceu-se!

Começou a andar, a barafustar e a esbracejar, dirigindo-se a toda a velocidade para o braço do sofá, onde acabou por embater... de propósito... mas porquê bebé??

Não consigo entender estes ataques de fúria que acabam com cabeçadas voluntárias em paredes, portas e todo o tipo de superfícies duras.

É verdade que o Rambinho, às vezes, descarrega a sua birra nas almofadas do sofá, afirmando uma posição, mas sem galos na testa.

Porém, a pergunta que se impõem é: "Onde raio aprendeste tu a fazer isto?"

A segunda pergunta que se impõem é: "Qual a melhor maneira de contrariar isto?"

segunda-feira, 22 de março de 2010

Dicionário de Rambês - Português


(Atenção - a ordem escolhida não é a alfabética, como se pode verificar, mas sim a cronológica ;)



"Ódá" (olá)Interj. Fórmula de saudação. Foi a primeira palavra (ou tentativa de palavra), que o Rambinho balbuciou, com menos de um ano. 

"Caiiiiii" (caiu)3ª pess. sing. pres. ind. do verbo Cair(Latim: cado, -ere). Dar queda, ir a terra, desabar. Embora usado no presente (o U ainda não faz parte do vocabulário), o tempo correcto seria o pret. perf. ind. uma vez que é pronunciado cada vez que qualquer objecto cai, voluntária ou involuntáriamente, ao chão.

Dai ou Tai (Pai)s. m. Progenitor. Tenho de admitir, foi a palavra proferida com mais entusiasmo durante um bom tempo.

Mãaaaaaa, Ma ma ou Mãiiiiiiiii (Mamã), s. f. Progenitora. É a palavra sensação do momento (e eu ando toda babada)

Tá (telefone)s. m. Instrumento que permite reproduzir, à distância, a voz humana ou qualquer outro som. É sempre proferida quando ouve um telemóvel tocar. Um lego, a mão ou um brinquedo encostado ao ouvido têm o mesmo efeito. 

Xiiimmmm (sim)adv. s. m. Exprime afirmação, consentimento, anuência. Frequentemente proferida depois de ouvir a palavra Não.

Xáxa xai (Salsa SAI!) nome próp. + 2º pess. sing. imp. do verbo Sair. A pobre cadela dos meus pais (a Salsa), deixou de ter sossego cada vez que o Rambinho vai lá a casa. Este pequeno ranger adora pôr os pequenos dedinhos dentro da boca do animal e afagar-lhe o pêlo com mais frequência que o desejado, (pela paciente cadela). Mas apesar desta paixão, a frase proferida pelo primo Bebecas, que não é assim tão fã, foi rapidamente absorvida. A cadela deve ficar baralhada!