Depois de deixarmos o Big Daddy no aeroporto, voltámos para casa a conversar sobre os planos para as actividades que íamos realizar até à hora de deitar.
O Rambinho insistia "nhadi, nhadi (noddy)" e eu dizia "só um bocadinho filho, não queres também fazer os legos?".
Apanhámos o elevador, recolhemos uma simpática vizinha no ré-do-chão e.... encravámos no sexto andar.
Nunca tinha ficado fechada dentro de um elevador, mas o que não queria mesmo era que o Rambinho ali estivesse. Depois de alguns segundos a pensar "e agora?", lá respirei fundo e lembrei-me do que o meu pai me tinha dito há uns dias: "o elevador é o transporte mais seguro do mundo".
Tentámos pedir ajuda. O telemóvel ficou logo de parte pois não tinha rede. Carregámos no botão da assistência que nos disse que ia tentar enviar o piquete o mais depressa possível, mas não sabia bem quanto tempo ia demorar.
O calor aumentava e a impaciência do piqueno também. Felizmente tinha chucha, biberão de água e jantar (já na barriguinha).
Tirei-lhe a t-shirt, cantei-lhe músicas e o telemóvel, que parecia obsoleto naquela situação, foi absolutamente indispensável para distrair a criança sentada ao meu colo no chão do elevador.
"Mãe, a pota a pota (porta), abi (abre)", choramingava.
O outro elevador começou a funcionar. Começámos a carregar com mais intensidade na campainha. "Está ai alguém? Estamos presas no elevador! está aqui uma criança!"
Uma voz veio em nosso auxílio, que chamou outra voz, que chamou outra e outra que tinha (felizmente) a ferramenta certa para abrir a porta de fora do elevador (a de dentro já tínhamos conseguido abrir... o que aliviou bastante a temperatura).
Tivemos sorte, muita sorte. Para quem fica fechado num elevador, num domingo, em Julho (mês de férias) às oito e meia da noite, trinta e poucos minutos foi um verdadeiro "lusco fusco", imagino eu, dadas as circunstâncias.
Não sei se o piquete chegou a aparecer mas, à cautela, subi o resto dos andares que me restavam com o Rambinho nos braços. "Não quer ir no outro elevador?" perguntavam simpaticamente os vizinhos. "Não obrigada. Prefiro levar o meu filho ao colo pelas escadas. Hoje ninguém me apanha mais dentro de um elevador."
Já em casa achei que o baby merecia um presente por se ter portado tão bem. Acabou por ir para a cama depois de uma barrigada de "noddis".
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