quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Escola: primeiro dia (parte 1)


Hoje (6 de setembro) foi o primeiro dia oficial de escola. Oficial porque, pela primeira vez, ficou sozinho com os seus novos amigos, professoras e auxiliares e... sem os pais.

Foi o primeiro dia de uma rotina da qual fazemos parte mas à distância (nós pais). Sobre a qual vamos tendo conhecimento pelas conversas com a professora, pelas informações que se vão partilhando no diário da escola e, de futuro, pelas conversas entusiasmadas dos pequenos aprendizes. É o primeiro olhar para fora do ninho.

O Rambinho largou a minha mão sem grandes problemas. À frente dos seus olhos estavam casinhas, motas e carrinhos que já conhecia numa breve visita que fez dias antes com os pais. Penso que se não fosse a mãe ter entrado e saído da escola por duas vezes, devidamente detectadas pelo seu radar, não teria havido grandes lágrimas.

A choradeira só se deu ao ver a mãe partir depois de um pedido negado que lhe soube a traição. “Abi mãe” (abre mãe), disse confiante, agarrado à cancela que o separava do recreio da escola e do meu colo.

“A mãe vai parar o carro e já vem” repeti, enquanto lhe mandava mil beijos pelo ar. Saí com um nó na garganta quando o vi a chorar de olhar perdido ao colo da professora. “a mãe, a mãe, a mãe”, balbuciava entre lágrimas, implorando que ficasse.

Saí o mais rápido que pude. Lá fora ainda o ouvia. Entrei no carro. Respirei fundo e fiz de tudo para engolir a angustia que já me inundava os olhos. 

Fui ao supermercado. Podia ser que o tempo passasse mais rápido. O telemóvel viajava entre o bolso e a minha mão, pelo menos de dez em dez minutos.

Já é tempo de o ir buscar. Esta semana fica apenas duas horas, para se adaptar. Cheguei 15 minutos mais cedo. Já uma dezena de mulheres, entre mães e “chicas” (empregadas), e dois ou três pais faziam fila no portão, que ainda estava trancado.

Assim que as portas se abriram a ansiedade entre progenitoras eram grande. Numa fila ordeira lá esperámos pela nossa cria, com o desejo secreto que não viesse lavada em lágrimas.

“Vasco! É a mãe” disse-lhe abrindo os braços na sua direcção. “A MÃE!”, exclamou com um sorriso discreto mas de olhos radiantes. Enquanto saíamos dizia olá às outras mães e aos “meni” (meninos) que ali estavam.

Penso que estava feliz por me ver. Talvez até um pouco aliviado, mas com um ar de prova superada. Amanhã há mais.... vá, tudo a fazer figuinhas ;)

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