sexta-feira, 17 de junho de 2016

"A bisa não está cá mas continuamos a contar os anos"... e tudo o que quisermos!



Há um mês confortei-vos à distância. Uma semana antes tínhamos ido a correr, de um dia para o outro, e a bisa Dulce esperou por nós. Não queria ir sem se despedir.

Deixou-nos aterrar. Ainda nos deu mimos durante uns poucos dias. Deixou-vos partir primeiro e depois partiu ela.

A vossa bisa Dulce partiu há um mês. Não foi de avião como vocês foram para Londres, nem de carro como íamos para Madrid. Não sei como ela foi. Ninguém sabe. Mas acredito que está no céu e espero que um anjo muito querido a tenha levado pela mão. A sorrir-lhe e a dar-lhe festinhas como aquelas que ela tanta vezes nos deu.

Ela partiu depois de um dia bom, ou menos mau do que os que lhe antecederam. Vocês já não estavam lá. Tiveram de regressar entretanto mas a mãe ficou e ela deu-me tantos mimos, pequenos sorrisos e beijinhos para eu guardar para sempre e levar para vocês. Aproveitei tudo!

Mas quando alguém de quem gostamos muito morre há um vazio que não se preenche. Ajuda falar, ajuda chorar. Chorar alivia e faz bem mas às vezes não sai. Lembrar custa mas faz parte! E para a mãe escrever ajuda a organizar o coração e a deixa-lo mais leve.

E foi por isso que escrevi esta carta à vossa bisa, à minha vovó. Comecei a escrever uma semana depois de lhe mandar o último beijo mas esteve incompleta até hoje... não sei explicar porquê.

Porquê escrever uma carta a quem já não a pode ler? Porque o amor verdadeiro não acaba nunca, porque as lembranças ficam connosco para sempre e porque, tal como tu dizes meu Rambinho, "a bisa não está cá mas continuamos a contar os anos". Sim, continuamos! Os anos, que seriam agora 95, as histórias, as recordações, as imagens e tudo o que quisermos.


Querida vovó,

Despedi-me tantas vezes de ti naquela semana. Mas naquele dia, quando te deixei, disse-te até amanhã. 

Estavas desperta, serena, atenta e doce. Se calhar quiseste dizer-me para não me preocupar, que estavas em paz, que estava tudo bem, que tudo ia correr bem. 

Tive-te por perto durante 36 (quase 37) anos. Há seis fui viver para mais longe mas quando voltava sabia que te ia encontrar. Tranquila, sentada a olhar para a janela, feliz por me ver a mim e aos pequeninos. 

Não sei como organizar a tua ausência no meu coração. Diz-me como faço para aprender a viver sem ti como quando me ensinaste as declinações em latim e a poesia em português. Diz-me como faço para transformar este sentimento amargo em algo doce e quente como as tuas compotas e o pão que me ensinaste a fazer.  Diz-me como acalmar esta angústia como tu fazias com aquela cantiga que, em pequenas, nos cantavas para conseguirmos adormecer.  

Deixa-me dar-te mais um beijinho, encostar a minha cabeça à tua, sentir a tua mão apertar a minha. Só mais uma vez! 

Deixaste-nos há um mês queria vovó e a vida continuou. Está mais vazia e ainda bate de forma lenta mas, por enquanto, está bem assim.

Beijinhos meu amor. Olha por nós! Gostamos tanto de ti.


PS - Não quero deixar ninguém triste com este texto. Mas escrever e publicar é a melhor homenagem que posso prestar à minha avó. Uma professora de Português, Francês, Latim e Grego a quem a doença calou as palavras ditas e escritas há muitos anos. Uma maldade do destino que, no entanto, nunca lhe roubou o coração doce e o olhar meigo com que nos falou até ao fim. 





quarta-feira, 30 de março de 2016

Filme com salada de pipocas

"Mae nao se pode ver um filme a comer so uvas. Tem de haver algo nao tao saudavel. Que tal uma salada de uvas com pipocas?"



As piadas do mano ensinam coisas importantes :)

O Rambinho anda numa de piadas e anedotas. No Natal alguns livros aumentaram o repertório e há algumas que ensinam coisas muito importantes!

A Rambinha segue atenta os ensinamentos do mano (com algumas adaptações) e esta tarde a conversa foi esta:

Rambinha: Mãe eu xou um xuper herói comó pai não é?

Big Mamma: Sim filha

Rambinha: E o mano é xefe comá mãe não é?

Lesson Learned ;) Well done!



(A anedota original é: Pergunta o pai ao filho - "Queres ser forte como o pai?" E ele responde - "Não, quero ser chefe como a mãe" :)

segunda-feira, 7 de março de 2016

Largar tudo e viajar com os filhos: dois blogues a não perder



Uns já anunciaram há uns meses e partiram há umas semanas. Outros ainda estão em count down, nos preparativos, à espera do grande dia. 

Esta é a história de duas famílias corajosas que decidiram viajar pelo mundo. Uma vai estar mesmo a dar a volta ao mundo durante alguns meses, a outra vai "passar um ano inteiro no verão"! 

Além de inspiradoras, estas histórias fazem-me olhar para quem as "escreve" com muita admiração. Só de pensar em pegar nos meus Rambinhos e ir daqui até ao Brasil, simples ida e volta, já me dá preguiça... medo, dúvida etc, quanto mais estar meses por aí, de avião em avião.

Viajar com os miúdos não é fácil. São os aeroportos, o veste e despe, o abre a mala, o fecha a mala, o faz a mala, o desfaz a mala, enfim! Não creio que este tipo de aventuras seja para mim, mas Adoroooo a ideia!



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Lisboa, Londres, Japão... MUNDO

O pai, a mãe e a pequena Mia já estão no Japão e nos próximos meses o itinerário inclui passagem pela Europa, Ásia, Oceânia, Pacífico e Américas. Antes de embarcarem falaram com os professores da Mia, que tem três anos e meio: "O importante é brincar, brincar muito!"

Na idade dela tudo é aprendizagem só por si será a maior das experiências. Não é preciso forçar nada. Ela terá muito tempo para conhecer números e identificar letras. Por isso, papel e lápis de cor, plasticinas e a natureza como matéria prima (conchas, pedrinhas, folhas, ramos de árvores) será mais que suficiente para o seu desenvolvimento nos moldes em que aconteceria por cá, dizem no blog Hotelglobo.net, onde vão partilhando fotos e relatos desta aventura.

Fascinada com esta história, mandei uma mensagem à mãe da Mia, a Joana, e pedi-lhe que me contasse um bocadinho mais sobre Como tudo isto surgiu:

"Era um sonho antigo, daqueles que quando és pequena e te perguntam: 'queres ser o quê quando fores grande?' Eu lembro-me de dizer 'quero viajar e dar a volta ao mundo'. A nossa experiência em África é capaz de ter dado um empurrão no sentido em que o lugar comum carpe diem assume toda uma outra dimensão. Só o Hoje é certo e por isso é urgente viver a vida porque amanhã não sabemos como será. Resumindo: decidimos aproveitar o dia, viver a infância da nossa filha que não se irá repetir e realizar um sonho de vida."

E as dificuldades? A comida, os cuidados de saúde ...

"Existem, claro, e muitas. Não vou dizer que conseguimos, especialmente nos primeiros tempos num lugar novo, dar uma alimentação tão variada quanto a Mia está habituada. Temos sorte de ela ser uma miúda pouco esquisita - talvez a nossa vida africana tenha ajudado - e, para já, está a adorar os ramen (espécie de sopa de massa com carne, peixe e tudo misturado), as okonomiyaki espécie de omoletas com tudo e o peixe grelhado japonês. 

Depois, há a questão da saúde que é o que me preocupa mais. E se acontece alguma coisa? Para isto tenho uma lista de hospitais e clínicas onde recorrer em cada sítio e fizemos um seguro de saúde que vale o que vale.

Penso que é importante ela ter contacto com outras crianças durante a viagem e, por isso, sempre que possível escolhemos ficar em quartos em casa de famílias com crianças da idade dela."


Qual a próxima paragem?

"Neste momento estamos no Japão, onde começámos esta aventura no dia 21 de Fevereiro, depois vamos a Singapura, Myanmar, Austrália, ponderamos ir até Timor porque temos lá amigos, Nova Zelândia, Fiji, Costa Leste dos Estados Unidos, Perú e Bolívia. Não está fechado totalmente.

Podemos ir a mais países ou não, tudo vai depender de como as coisas estiverem a correr. A maior parte destes países é porque queríamos muito conhecer e como ficam muito longe do nosso ponto de partida geográfico - Portugal - optámos por fazer todos de uma vez. Escolhemos ir optando entre países caros e mais baratos, para não estourar o orçamento."

A Joana é jornalista e, além dos fantásticos relatos e fotos que publica no blog Hotel Globo (adoro o nome) também aproveitou esta experiência como forma de trabalho e vai estar a escrever reportagens para a revista Volta ao Mundo.


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Família em countdown... 20 days to GO!

A Rita, o Pedro e os dois piolhos têm também um blog onde vão partilhar as suas descobertas. Por enquanto, embora já tenha alguma informação sobre o que vão fazer,  é no "countdown" que vai deixando para trás os dias, as horas, os minutos e os segundos que faltam para o embarque que se fixa o meu olhar. Que emoção! 

O "relógio" anuncia que a data da partida está prevista para daqui a 20 dias (e umas horas). 

Esta família andou para trás e para a frente no Atlas e tomou uma decisão que, confesso, me causa alguma inveja (da boa!): querem passar um ano com bom tempo e no Verão:

Quando começámos a planear esta viagem queríamos visitar todos os continentes, vários países, mas rapidamente realizamos que tínhamos pouco tempo. Sei que pode parecer ridículo, mas queremos viajar devagar e "viver" em cada sítio por onde passarmos, quase um ano está longe de ser suficiente. Este é o nosso plano... nada fixo, nada marcado, apenas uma ideia...
É mesmo difícil e demora imenso tempo planear uma coisa destas, temos que andar a baralhar estações do ano, com época de tufões e chuvas, temporada alta e temporada baixa e um milhão de outros factores... Demorámos demasiadas semanas para chegar a este "simples" itinerário, explicam no blog The bag of the Unexpected

E o "simples" itinerário passa por estar 365 dias a viajar pela Austrália, Ilhas Cook, Fiji, Japão, Malasia, New Caledonia, Nova Zelândia, Filipinas, Singapura, Taiwan, Tailândia e Vanuatu.


Conheci a Rita e o Pedro quando vivíamos em Madrid e há uns dias perguntei-lhes como tinha sido largarem o emprego, a casa e Madrid para embarcarem nesta aventura a quatro.

"Existem muitas motivações mas mais do que perguntar porquê eu pergunto ‘porque não?’ Os miúdos estão numa fase muito engraçada (2 e 3 anos) e, como todos os pais, achamos que acabamos por aproveitar pouco. 

Chegamos a casa e estamos com eles pouco tempo, na correria dos banhos, jantares e cama. Acaba por sobrar muito pouco tempo para brincar sem horários, para estar com eles.  É uma boa altura também porque como são pequenos ainda não estão em idade de escolaridade obrigatória. Mais tarde ia ser muito complicado. 

Temos a sorte de ter trabalhos de que gostamos e de estar rodeados de pessoas que perceberam e nos apoiaram nesta aventura permitindo o ano sabático. 

Pensámos muito no assunto para chegar à conclusão de que se realmente queremos fazer esta viagem não podemos pensar demasiado ou as dúvidas e medos ganhariam ‘a guerra’."


Foi difícil escolher o itinerário?

"A maior dificuldade de todas é o itinerário. Abres o mapa mundo e numa fase inicial queres ir a todo o lado e pensas que um ano é imenso tempo. Rapidamente chegas à conclusão que não, e que tens que escolher metade e depois metade da metade. 

Depois de imenso tempo para decidir por onde vamos andar vem a parte de montar um percurso que logisticamente faça sentido e que ao mesmo tempo seja boa altura do ano para estar em cada um dos países. É um verdadeiro quebra cabeças! O puzzle mais difícil que fizemos até hoje."


E o orçamento?

"É preciso ter um controlo apertado dos gastos e isso passa por viajar principalmente por países baratos. Não é o mesmo estar em países caros como o Japão que em países baratos como as Filipinas.   
Vamos com duas crianças pequenas o que nos fez escolher países sem grandes riscos de saúde, seguros e ‘amigáveis’. Por isso deixámos de fora a América do Sul e África. EUA é caro e Europa, bom... é onde vivemos e está pertinho para ir vendo nas férias. 

Sobra a Asia e a Oceânia, e é para essa zona que vamos. Optámos por não comprar o bilhete Volta ao Mundo, assim temos um itinerário mais ou menos definido mas totalmente flexível, pode mudar a qualquer momento."





terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O regresso a casa

Na correria da rotina parece que os dias sao todos iguais, que fazemos sempre o mesmo e que a vida segue em modo automatico, sem grande espaco para mimos extra, brincadeiras demoradas ou historias compridas.

A semana passada paramos um bocadinho. A mae saiu de cena alguns dias, o pai aguentou o barco e todos sentimos saudades. E tao bom voltar a casa, olhar para esta mensagem ...



... E depois para esta e perceber que estavam todos a minha espera :)


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

À minha filha de três anos

Tenho ralhado muito contigo. Fazes muitas birras, refilas muito, estás sempre a testar e a chamar à atenção.

Aflijo-me, aborreço-me, irrito-me, desespero. Preocupo-me com a adolescência - "Se isto agora é assim, depois como será?" - E digo-te algumas vezes que estás a ser chatinha, e que "lá estás outra vez" a chorar.

Ter três anos não é fácil. Não é fácil para nós, pais, que não entendemos, que estamos cansados, que queremos sentar-nos no sofá sem ter de fazer cavalinho, dar mais um copo de água, trocar mais uma roupa ou resolver mais um arrufo entre ti e o mano grande.

Ter três anos não é fácil. Mas é muito mais difícil para ti. Ainda ontem eras um bebé que levávamos ao colo para todo o lado, que fazia gracinhas de que todos se riam, que não tinha de cumprir horários rígidos, que estava protegida em casa e que encontrava no pai, na mãe e no mano grande todo o seu mundo.

Estás a crescer, ainda és bebé mas também já estás crescida. Ainda pedes muito colo mas vibras com a independência de uma bicicleta e a velocidade de uma trotinete.

"Olha como sou fast mãe! Olha!" E és mesmo. Muito rápida a crescer, a querer ser independente, a querer fazer tudo "xójinha".

"Olha mãe eu também conxigo", dizes tantas vezes a desafiar a idade numa tentativa de seres como todos os crescidos que te rodeiam.

És forte e decidida, refilona, respondona, dona do teu nariz, mas é quando me estendes as mãos a pedir colo que te vejo como ainda és: o meu segundo bebé, ainda muito bebé, a lutar para seres crescida para não ficares para trás, para conquistares o teu espaço, se possível, um bocadinho mais que a concorrência, a gritares para fazeres ouvir a tua vontade quando o que queres mesmo é ouvir alguém de volta dizer que está tudo bem e que gostamos muito de ti.

Adoramos-te minha pequenina "buxa má" de bom coração. Meu furacão de totós que nos fazes os nervos em franja e nos arrancas gargalhadas do fundo do coração que nos renovam a alma.

Querida "mana " pequenina que beliscas, mordiscas e arrelias aquele que é o teu ídolo e que querias não ter de partilhar com mais ninguém.

Apaixonada menina do papá que te derretes com as brincadeiras e consegues tudo o que queres só com um olhar dengoso e aquele abraço que esmigalha qualquer arrelia.

Linda menina da mãe que me desafias a cada momento, que me pede mimos infinitos, que me castigas com uma mão sem me largares com a outra, que me conquistas quando ao ouvido me dizes "I love you mummy" e com um abraço apertado acrescentas "Best Friends".




quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O degelo by Rambinho


Big Mamma: "Agora no half term podes jogar tablet e Minecraft"

Rambinho: "Mas não pode ser muito tempo!"

Big Mamma: "Porquê?"

Rambinho: "Porque gasta muita eletricidade e isso faz com que o gelo derreta. E se o gelo derrete no North Pole, os animais que lá vivem vão ficar debaixo de água e depois não conseguem respirar. Não se pode gastar eletricidade mãe!"

Big Mamma: "Muito bem filho, é verdade que é preciso poupar energia"

Rambinho: "E depois há mais uma coisa..."

Big Mamma: "O quê?"

Rambinho: "O Pai Natal! O Pai Natal vive no North Pole. Se fica tudo cheio de água ele fica sem casa e depois já não nos pode vir entregar presentes"







terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Elsa, Tiger e Harry Potter vestidos a rigor para o... PANCAKE DAY :)





Por estas terras não há miúdos a desfilar mascarados nas ruas nem é feriado! 

Tenho pena! Eu gosto do Carnaval e as memória que guardo lembram-me uma emoção boa do dia em que cada um chegava à escola vestindo o sonho de ser princesa, ou príncipe, ou pirata, ou dama antiga!

Aos pequenos cá de casa toda esta "folia" passou ao lado e eu achei que não podia ser.

Já de pijamas vestidos, pusemos musicas animadas, abrimos a caixa dos disfarces e, durante 40 minutos, o Harry Potter voou com uma vassoura improvisada, a Elsa cantou (em loop) o refrão "let it go! Let it go", e o Tigre que está de visita pulou entre os sofás!

No final comemorou-se sem serpentinas ou papelinhos mas com ... Panquecas :) Diz que por aqui era o "Pancake day"!



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Ensinar matemática com #lego (vídeo)



Nunca fui dotada para os números e quando fechei finalmente os livros de matemática foi um alivio... Mas os "problemas" voltaram este ano para me atormentar bem como as frações e outras confusões que agora tenho de ajudar a descomplicar.

Em busca de ajuda (acho que até mais para mim que para o Rambinho) navego na net à procura de ferramentas que tornem este estudo divertido e não "boring" como ele diz :)

Aqui estão dois vídeos giros com ideias para estudar com legos! (Um no Facebook e outro no Youtube, abaixo.)

Adorooooo legos ... Menos quando ficam por baixo dos meus pés descalços (Ouuuccchhh!!!)




Outros links a explorar: 





Eu tenho o Ratatui a morar cá em casa!

Já não há como negar. Temos um inquilino clandestino a viver cá em casa: Um rato!!

Na verdade é mais um ratito, porque é pequenino e parece-se com aquele roedor amoroso que vive em Paris e cozinha "ratatouille" como ninguém.

Os miúdos acham o máximo ter finalmente um "pet" em casa, por isso, conversas sobre ratoeiras e outros esquemas maquiavélicos para lhe cortar os bigodes têm de ser tidas em reuniões secretas e a falar baixinho para não traumatizar ninguém.

A primeira vez que ele apareceu foi durante as férias de verão e soubemos pela voz horrorizada da nossa empregada que "hay un ratón en casa". (Sim estamos em Londres mas mantemos o espanhol a par do português... É confuso! Mas animado :)

Eu achei que era um exagero e que tinha sido um caso raro e que o bicho andava perdido e jamais cá voltaria. Mas depois foi o meu pai a vê-lo: "Olha um rato!" Disse incrédulo levantando-se do sofá.

Os miúdos estavam presentes por isso aquilo foi um acontecimento divertido (para eles) com tudo a ver onde o rato estava e de onde tinha vindo.

Convencemo-nos de que era de um buraco mal tapado ao pé da lareira. Nada que uma boa dose de "tape" não resolvesse.

O Rambinho repetia que ele era "tão fofo" e que era o Ratatui e perguntava para onde tinha ido, e onde vivia, e eu só pensava: "Espero que não seja cá em casa!".

A Rambinha contava com entusiasmo a história do rato que tinha entrado pelo buraco e cada visita que entrou nos dias seguintes cá em casa fez um tour até ao "local do crime" e ouviu as suas preocupações com o facto de que agora o buraco estava fechado e que ele já não conseguia sair.

Pois a ideia era precisamente essa! Mas não resultou :(

O rato voltou a aparecer no início de Outubro. Virámos cadeiras, sofás, fizemos barricadas, abrimos janelas...  Mas ele voltou a escapar numa corrida à Fittipaldi e enfiou-se não sabemos onde, mas desapareceu!

Mandámos vir uma ratoeira pela Amazon. Artilhámo-la com queijo e pipocas (alguém achou que ele ia gostar....) e fomos de férias.

Escusado será dizer que, quando voltámos, o repasto estava intacto e nem sinal do roedor... Até ontem!

Já temos mais ratoeiras a caminho... THIS IS WAR!!!!!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

iphone, ipad, imac e... ihavemyownwords!!!! Modernices cá de casa...

"I"sto de pôr um "i" à frente de tudo quanto e palavra hoje em dia é uma febre que já não há benuron que cure cá em casa.

Somos fãs da "maçã", pois somos, e sim, eu estou convencida de que o Steve Jobs é um Einstein dos tempos modernos.

A mais piquena parece estar de acordo e, qual homenagem, decidiu criar a sua propria APP. Chama-se "ihavemyownwords", e quem não perceber, AZAR!

Esta "revolução linguística" ameaça ainda atirar definitivamente para os livros de história antiga a língua dos "pês" e não... não respeita o acordo ortográfico ;)


Escuio (escuro)
Baiuiu (barulho)
Saia (sala)
Bóia (bola)
Cóio (colo)
Cavaitas (cavalitas)
Escoia (escola)
Maianda (malandra)
Maiuco (maluco)


Assim se fala em bom Rambês ;)



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Correr 10 km à chuva ou deixar de comer chocolate?????



Este ano decidi: É tempo de deixar a preguiça peganhenta do sofá e outros hábitos igualmente peganhentos como comer doces e chocolates... 

... Mas depois achei que deixar os chocolates era um bocadinho demais (além de completamente impossível!) e, por isso, fiquei-me só pela promessa de menor assiduidade no sofá e mais abstinência nos doces.

A inscrição nesta corrida de 10 km estava feita há umas semanas e, na semana anterior, comecei uns treinos no parque (coisa leve e pouco convicta da taxa de sucesso... confesso!)

O dia chegou! Amanheceu cinzento e chuvoso e eu só pensava "que raio de ideia"! 

De facto, levantar cedo para correr num dia assim NÃO APETECE! 

Mas lá fui, convencida de que, no máximo, aos 6 km abrandaria para a marcha. 

Pensei que uma boa tática seria ir a acompanhar o ritmo de alguém que me parecesse com uma preparação física tão má como a minha... como me enganei! 

Gordinhas, senhoras de 50 anos (ou mais) todas, mas todas passaram por mim com um ar fresco e fofo enquanto eu só pensava nas dores que já sentia nas pernas. (Toma lá que é para aprenderes!)

Aquela chuva miudinha estava a gozar o prato e não parou de cair. Concentrei-me na playlist que estreava a minha conta na Amazon Music (Muito fixe, by the way!) e lá fui. 

Aos seis km senti-me a acelerar! Tretas! Eram outros "atletas" que abrandavam. Mas ao meu ritmo continuei. Cheguei aos sete e passei uns. Cheguei aos oito e passei outros (que iam a andar, ok! Mas passei).

Aos nove tocava uma banda cheia de entusiasmo e o fim estava agora tão perto! Não tinha parado de correr e continuava a correr. E cortei a meta a correr :)))))) yeahhhhhhhhhhh!!!!

Ainda não fui mordida pelo tal bichinho da corrida que dizem andar por aí. Esta opção de "fitness" é mesmo a única que sei que tenho muito poucas desculpas para não fazer e é só por isso que optei por ela. Mas reconheço a satisfação do objetivo concretizado e a sensação boa de estar ao ar livre, ainda que à chuva! Venha a próxima ;)


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Quando o lavatório entope....

... os letreiros cá em casa têm de ser "bilingues"! Só para evitar inundações... ou floods.. como se diz em estrangeiro :)

Ainda estou a tremer ...

Um bebé com pouco mais de um ano estava engasgado na mesa do lado.

A mãe a chorar, agarrada aos cabelos, a dizer que não sabia o que fazer. A avó mais calma, mas aflita, com ele de barriga para baixo a fazer pressão na perna enquanto lhe batia nas costas.

Hesitei primeiro! Ninguém à minha volta se mexeu. Quando dei por mim estava com dois dedos enfiados na boca do bebé a tirar o puré de batata com peixe que ele tinha lá dentro. 

Nessa altura a mãe disse: "Não sei se se deve fazer isso!", mas ele começou a chorar! (Felizmente!)

Ele ficou bem. Não foi daqueles engasgos grandes. Acho que estava só atrapalhado. Quando o ouvi chorar fiquei aliviada mas logo a seguir comecei a tremer!

Primeiro por ele, depois por aquela mãe completamente bloqueada sem saber o que fazer, e depois por mim, que segui o impulso  de ajudar e o que o instinto me dizia para fazer... mas e se tivesse corrido mal? 

Eu não lhe pus os dedos dentro da garganta, só o ajudei a tirar o que ele já tinha de fora e baixar a língua para provocar o vómito. Era o que faria aos meus filhos caso as pancadas nas costas e a pressão da barriga não resultasse... Que era o que estava a acontecer! Mas e se não resultasse? 

Durante os escassos segundos que isto durou repetia à mãe: "Ele vai ficar bem! Ele vai ficar bem". Ela estava tão assustada!

Quando o bebé começou a chorar disse-lhe que ele já estava bem. Ela nem olhou para mim. Percebi que tinha de me afastar e foi o que fiz. Voltei a sentar-me no meu lugar... A tremer e com um nó na garganta! 

Mais tarde a avó veio agradecer-me. Só um bocado depois veio a mãe. Eu é que estava agradecida por tudo aquilo ter acabado rápido e bem... quase que lhe pedi desculpa, mas calei-me!

Ninguém se mexeu! Um café cheio e ninguém se mexeu!  E eu até percebo porque não consigo parar de pensar... E se tivesse corrido mal? Arrisquei... Sem pensar! Foi o instinto ou o que quer que lhe queiram chamar! Se fiz bem? Não sei! Não sei mesmo! 




sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Writing @nuvola... #newbook :) Já tinha saudades vossas!



(...) A Maria do Mar falava-lhe das marés! De como as ondas andavam grandes e animadas com a chegada das tempestades e dos peixinhos mais pequenos que procuravam as águas quentes e calmas para passar o inverno.   (...) O Manel viajava com o olhar para fora da sua Lua e imaginava como seria se ele próprio fosse para outras paragens   

(...) decidiu ir falar com o João do Céu. O seu grande amigo que vivia numa nuvem mesmo ali ao lado e que, ao contrário dele, vibrava com a chegada do inverno, "porque o vento", dizia, o levava sempre para "lugares surpreendentes e nunca acordava no mesmo sítio".


Aqui está uma "espreitadela" nesta nova história... Tinha tantas saudades vossas João do Céu, Maria do Mar, Manel da Lua e Margarida do Campo :)) 



terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Rambês: a língua que se fala cá em casa, mas em estrangeiro :)


"Mãe óia! Esta botella é mais gira! Tem rockets e spaceships!!"

A confusão que para qui vai......... Tenham um buen dia queridos friends ;)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A pé na Tower Bridge. Qualquer dia vamos lá acima!





O sol depois do nevoeiro



2016 não arrancou da melhor forma. Os dias de nevoeiro e chuva custaram a passar. Trouxeram preocupações e algumas angústias. O sol tardava em aparecer. A espera não foi fácil!

Obrigada Lisboa por este "até já" com uma manhã de sol à espreita! Para a próxima quero ver-te sempre assim :)


Finally! First run in the park in 2016 :)

Agora sim... #halfmarathontraining :)

Hoje votamos aqui! Mas fomos poucos...



Fomos poucos! 

A abstenção acompanha os portugueses dentro e fora de fronteiras e, em cerca de mil e trezentos recenseados, penso que não visitaram o consulado português em Londres durante o fim de semana mais de 400 pessoas. Não faço ideia dos números oficiais, espero estar enganada! Mas acredito que 400 será ainda até um cenário otimista.

A incompreensão, (a minha, claro está!) começa logo na análise de outros números... Estão inscritas 220 mil pessoas no consulado português em Londres. 

Ok! que algumas vão votar ainda a Portugal? É possível! Que outras não puderam ir votar por razões mais que válidas? Claro que sim... mas há 218 mil (e picos) que não estão recenseadas e que, por isso, não podiam nunca sequer ter votado por estas bandas.

Não me levem a mal! Cada um toma as suas próprias decisões e ninguém tem nada a ver com isso, é um facto! 

Mas depois custa-me um bocado ouvir os emigrantes sempre a servir de arma política para tudo e para nada, da direita à esquerda, porque estamos "presos" cá fora a suspirar por Portugal a cada segundo!

Ora se em 220 mil queriam votar mil e só votaram, ou só puderam votar, por hipótese (otimista, insisto!) 400.... 

...é fazer as contas!!!


PS - Eu n gosto de politiquices mas confesso que isto do "vota não vota" se me embulha o estômago e tenho de escrever para "desembrulhar" :). Aqui está um post que escrevi em 2011. Uma carta aos meus filhos sobre a importância do voto, para quem quiser ler e partilhar - Uma história que é coisa séria 


Uma boa semana para todos!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A logistica da meia noite

Eu nao adoro a festa do fim do ano! E nao e porque alguma coisa chega ao fim ou porque tenho medo de um recomeco, simplesmente a "festa" em si chateia-me!

Chateia-me ter de esperar pela
Meia noite, chateia-me ter de engolir doze passas a meia noite, chateia-me ter de desejar bom ano a toda a gente a meia noite, ter de me por em cima de uma cadeira a meia noite... Enfim! Chateia-me a logistica da meia noite. 

Prefiro festejar horas a fio, passar a meia-noite da australia, da china, do japao, do Brasil! Comer 24, 36 ou 48 passas e pedir quantos desejos eu quiser.

Gosto de desejar bom ano dia 1, 2, 3 e 4, de planear estrategias para concretizar os desejos durante a primeira semana de janeiro e de, finalmente, arrancar o ano com menos logisticas, menos confusoes (e menos quilos) quando o ano ja tem pelo menos quinze dias.

Pode ser preguica da minha parte, ou apenas mau feitio, ou so cansaco e muito acucar e hidratos de carbono no sangue. Mas eu comeco mesmo a gostar do ano novo quando tudo acalma, quando tenho tempo para respirar fundo,  quando as refeicoes nao se colam umas as outras, quando as conversas tem mais tempo para acontecer. 

Por isso, e agora q o ano ja tem dois dias e as estrategias estao no forno ;) Um bom ano a todos! Cheio de saude, muitos sorrisos, paz, muita paciencia e noites bem dormidas :)