terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O regresso a casa

Na correria da rotina parece que os dias sao todos iguais, que fazemos sempre o mesmo e que a vida segue em modo automatico, sem grande espaco para mimos extra, brincadeiras demoradas ou historias compridas.

A semana passada paramos um bocadinho. A mae saiu de cena alguns dias, o pai aguentou o barco e todos sentimos saudades. E tao bom voltar a casa, olhar para esta mensagem ...



... E depois para esta e perceber que estavam todos a minha espera :)


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

À minha filha de três anos

Tenho ralhado muito contigo. Fazes muitas birras, refilas muito, estás sempre a testar e a chamar à atenção.

Aflijo-me, aborreço-me, irrito-me, desespero. Preocupo-me com a adolescência - "Se isto agora é assim, depois como será?" - E digo-te algumas vezes que estás a ser chatinha, e que "lá estás outra vez" a chorar.

Ter três anos não é fácil. Não é fácil para nós, pais, que não entendemos, que estamos cansados, que queremos sentar-nos no sofá sem ter de fazer cavalinho, dar mais um copo de água, trocar mais uma roupa ou resolver mais um arrufo entre ti e o mano grande.

Ter três anos não é fácil. Mas é muito mais difícil para ti. Ainda ontem eras um bebé que levávamos ao colo para todo o lado, que fazia gracinhas de que todos se riam, que não tinha de cumprir horários rígidos, que estava protegida em casa e que encontrava no pai, na mãe e no mano grande todo o seu mundo.

Estás a crescer, ainda és bebé mas também já estás crescida. Ainda pedes muito colo mas vibras com a independência de uma bicicleta e a velocidade de uma trotinete.

"Olha como sou fast mãe! Olha!" E és mesmo. Muito rápida a crescer, a querer ser independente, a querer fazer tudo "xójinha".

"Olha mãe eu também conxigo", dizes tantas vezes a desafiar a idade numa tentativa de seres como todos os crescidos que te rodeiam.

És forte e decidida, refilona, respondona, dona do teu nariz, mas é quando me estendes as mãos a pedir colo que te vejo como ainda és: o meu segundo bebé, ainda muito bebé, a lutar para seres crescida para não ficares para trás, para conquistares o teu espaço, se possível, um bocadinho mais que a concorrência, a gritares para fazeres ouvir a tua vontade quando o que queres mesmo é ouvir alguém de volta dizer que está tudo bem e que gostamos muito de ti.

Adoramos-te minha pequenina "buxa má" de bom coração. Meu furacão de totós que nos fazes os nervos em franja e nos arrancas gargalhadas do fundo do coração que nos renovam a alma.

Querida "mana " pequenina que beliscas, mordiscas e arrelias aquele que é o teu ídolo e que querias não ter de partilhar com mais ninguém.

Apaixonada menina do papá que te derretes com as brincadeiras e consegues tudo o que queres só com um olhar dengoso e aquele abraço que esmigalha qualquer arrelia.

Linda menina da mãe que me desafias a cada momento, que me pede mimos infinitos, que me castigas com uma mão sem me largares com a outra, que me conquistas quando ao ouvido me dizes "I love you mummy" e com um abraço apertado acrescentas "Best Friends".




quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O degelo by Rambinho


Big Mamma: "Agora no half term podes jogar tablet e Minecraft"

Rambinho: "Mas não pode ser muito tempo!"

Big Mamma: "Porquê?"

Rambinho: "Porque gasta muita eletricidade e isso faz com que o gelo derreta. E se o gelo derrete no North Pole, os animais que lá vivem vão ficar debaixo de água e depois não conseguem respirar. Não se pode gastar eletricidade mãe!"

Big Mamma: "Muito bem filho, é verdade que é preciso poupar energia"

Rambinho: "E depois há mais uma coisa..."

Big Mamma: "O quê?"

Rambinho: "O Pai Natal! O Pai Natal vive no North Pole. Se fica tudo cheio de água ele fica sem casa e depois já não nos pode vir entregar presentes"







terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Elsa, Tiger e Harry Potter vestidos a rigor para o... PANCAKE DAY :)





Por estas terras não há miúdos a desfilar mascarados nas ruas nem é feriado! 

Tenho pena! Eu gosto do Carnaval e as memória que guardo lembram-me uma emoção boa do dia em que cada um chegava à escola vestindo o sonho de ser princesa, ou príncipe, ou pirata, ou dama antiga!

Aos pequenos cá de casa toda esta "folia" passou ao lado e eu achei que não podia ser.

Já de pijamas vestidos, pusemos musicas animadas, abrimos a caixa dos disfarces e, durante 40 minutos, o Harry Potter voou com uma vassoura improvisada, a Elsa cantou (em loop) o refrão "let it go! Let it go", e o Tigre que está de visita pulou entre os sofás!

No final comemorou-se sem serpentinas ou papelinhos mas com ... Panquecas :) Diz que por aqui era o "Pancake day"!



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Ensinar matemática com #lego (vídeo)



Nunca fui dotada para os números e quando fechei finalmente os livros de matemática foi um alivio... Mas os "problemas" voltaram este ano para me atormentar bem como as frações e outras confusões que agora tenho de ajudar a descomplicar.

Em busca de ajuda (acho que até mais para mim que para o Rambinho) navego na net à procura de ferramentas que tornem este estudo divertido e não "boring" como ele diz :)

Aqui estão dois vídeos giros com ideias para estudar com legos! (Um no Facebook e outro no Youtube, abaixo.)

Adorooooo legos ... Menos quando ficam por baixo dos meus pés descalços (Ouuuccchhh!!!)




Outros links a explorar: 





Eu tenho o Ratatui a morar cá em casa!

Já não há como negar. Temos um inquilino clandestino a viver cá em casa: Um rato!!

Na verdade é mais um ratito, porque é pequenino e parece-se com aquele roedor amoroso que vive em Paris e cozinha "ratatouille" como ninguém.

Os miúdos acham o máximo ter finalmente um "pet" em casa, por isso, conversas sobre ratoeiras e outros esquemas maquiavélicos para lhe cortar os bigodes têm de ser tidas em reuniões secretas e a falar baixinho para não traumatizar ninguém.

A primeira vez que ele apareceu foi durante as férias de verão e soubemos pela voz horrorizada da nossa empregada que "hay un ratón en casa". (Sim estamos em Londres mas mantemos o espanhol a par do português... É confuso! Mas animado :)

Eu achei que era um exagero e que tinha sido um caso raro e que o bicho andava perdido e jamais cá voltaria. Mas depois foi o meu pai a vê-lo: "Olha um rato!" Disse incrédulo levantando-se do sofá.

Os miúdos estavam presentes por isso aquilo foi um acontecimento divertido (para eles) com tudo a ver onde o rato estava e de onde tinha vindo.

Convencemo-nos de que era de um buraco mal tapado ao pé da lareira. Nada que uma boa dose de "tape" não resolvesse.

O Rambinho repetia que ele era "tão fofo" e que era o Ratatui e perguntava para onde tinha ido, e onde vivia, e eu só pensava: "Espero que não seja cá em casa!".

A Rambinha contava com entusiasmo a história do rato que tinha entrado pelo buraco e cada visita que entrou nos dias seguintes cá em casa fez um tour até ao "local do crime" e ouviu as suas preocupações com o facto de que agora o buraco estava fechado e que ele já não conseguia sair.

Pois a ideia era precisamente essa! Mas não resultou :(

O rato voltou a aparecer no início de Outubro. Virámos cadeiras, sofás, fizemos barricadas, abrimos janelas...  Mas ele voltou a escapar numa corrida à Fittipaldi e enfiou-se não sabemos onde, mas desapareceu!

Mandámos vir uma ratoeira pela Amazon. Artilhámo-la com queijo e pipocas (alguém achou que ele ia gostar....) e fomos de férias.

Escusado será dizer que, quando voltámos, o repasto estava intacto e nem sinal do roedor... Até ontem!

Já temos mais ratoeiras a caminho... THIS IS WAR!!!!!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

iphone, ipad, imac e... ihavemyownwords!!!! Modernices cá de casa...

"I"sto de pôr um "i" à frente de tudo quanto e palavra hoje em dia é uma febre que já não há benuron que cure cá em casa.

Somos fãs da "maçã", pois somos, e sim, eu estou convencida de que o Steve Jobs é um Einstein dos tempos modernos.

A mais piquena parece estar de acordo e, qual homenagem, decidiu criar a sua propria APP. Chama-se "ihavemyownwords", e quem não perceber, AZAR!

Esta "revolução linguística" ameaça ainda atirar definitivamente para os livros de história antiga a língua dos "pês" e não... não respeita o acordo ortográfico ;)


Escuio (escuro)
Baiuiu (barulho)
Saia (sala)
Bóia (bola)
Cóio (colo)
Cavaitas (cavalitas)
Escoia (escola)
Maianda (malandra)
Maiuco (maluco)


Assim se fala em bom Rambês ;)



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Correr 10 km à chuva ou deixar de comer chocolate?????



Este ano decidi: É tempo de deixar a preguiça peganhenta do sofá e outros hábitos igualmente peganhentos como comer doces e chocolates... 

... Mas depois achei que deixar os chocolates era um bocadinho demais (além de completamente impossível!) e, por isso, fiquei-me só pela promessa de menor assiduidade no sofá e mais abstinência nos doces.

A inscrição nesta corrida de 10 km estava feita há umas semanas e, na semana anterior, comecei uns treinos no parque (coisa leve e pouco convicta da taxa de sucesso... confesso!)

O dia chegou! Amanheceu cinzento e chuvoso e eu só pensava "que raio de ideia"! 

De facto, levantar cedo para correr num dia assim NÃO APETECE! 

Mas lá fui, convencida de que, no máximo, aos 6 km abrandaria para a marcha. 

Pensei que uma boa tática seria ir a acompanhar o ritmo de alguém que me parecesse com uma preparação física tão má como a minha... como me enganei! 

Gordinhas, senhoras de 50 anos (ou mais) todas, mas todas passaram por mim com um ar fresco e fofo enquanto eu só pensava nas dores que já sentia nas pernas. (Toma lá que é para aprenderes!)

Aquela chuva miudinha estava a gozar o prato e não parou de cair. Concentrei-me na playlist que estreava a minha conta na Amazon Music (Muito fixe, by the way!) e lá fui. 

Aos seis km senti-me a acelerar! Tretas! Eram outros "atletas" que abrandavam. Mas ao meu ritmo continuei. Cheguei aos sete e passei uns. Cheguei aos oito e passei outros (que iam a andar, ok! Mas passei).

Aos nove tocava uma banda cheia de entusiasmo e o fim estava agora tão perto! Não tinha parado de correr e continuava a correr. E cortei a meta a correr :)))))) yeahhhhhhhhhhh!!!!

Ainda não fui mordida pelo tal bichinho da corrida que dizem andar por aí. Esta opção de "fitness" é mesmo a única que sei que tenho muito poucas desculpas para não fazer e é só por isso que optei por ela. Mas reconheço a satisfação do objetivo concretizado e a sensação boa de estar ao ar livre, ainda que à chuva! Venha a próxima ;)


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Quando o lavatório entope....

... os letreiros cá em casa têm de ser "bilingues"! Só para evitar inundações... ou floods.. como se diz em estrangeiro :)

Ainda estou a tremer ...

Um bebé com pouco mais de um ano estava engasgado na mesa do lado.

A mãe a chorar, agarrada aos cabelos, a dizer que não sabia o que fazer. A avó mais calma, mas aflita, com ele de barriga para baixo a fazer pressão na perna enquanto lhe batia nas costas.

Hesitei primeiro! Ninguém à minha volta se mexeu. Quando dei por mim estava com dois dedos enfiados na boca do bebé a tirar o puré de batata com peixe que ele tinha lá dentro. 

Nessa altura a mãe disse: "Não sei se se deve fazer isso!", mas ele começou a chorar! (Felizmente!)

Ele ficou bem. Não foi daqueles engasgos grandes. Acho que estava só atrapalhado. Quando o ouvi chorar fiquei aliviada mas logo a seguir comecei a tremer!

Primeiro por ele, depois por aquela mãe completamente bloqueada sem saber o que fazer, e depois por mim, que segui o impulso  de ajudar e o que o instinto me dizia para fazer... mas e se tivesse corrido mal? 

Eu não lhe pus os dedos dentro da garganta, só o ajudei a tirar o que ele já tinha de fora e baixar a língua para provocar o vómito. Era o que faria aos meus filhos caso as pancadas nas costas e a pressão da barriga não resultasse... Que era o que estava a acontecer! Mas e se não resultasse? 

Durante os escassos segundos que isto durou repetia à mãe: "Ele vai ficar bem! Ele vai ficar bem". Ela estava tão assustada!

Quando o bebé começou a chorar disse-lhe que ele já estava bem. Ela nem olhou para mim. Percebi que tinha de me afastar e foi o que fiz. Voltei a sentar-me no meu lugar... A tremer e com um nó na garganta! 

Mais tarde a avó veio agradecer-me. Só um bocado depois veio a mãe. Eu é que estava agradecida por tudo aquilo ter acabado rápido e bem... quase que lhe pedi desculpa, mas calei-me!

Ninguém se mexeu! Um café cheio e ninguém se mexeu!  E eu até percebo porque não consigo parar de pensar... E se tivesse corrido mal? Arrisquei... Sem pensar! Foi o instinto ou o que quer que lhe queiram chamar! Se fiz bem? Não sei! Não sei mesmo!