Hoje o meu filho chegou a casa a dizer que na escola estavam a falar sobre um "terror attack" em Manchester. Perguntei-lhe o que ele sabia, o que lhe tinham dito. Respondeu que não sabia se tinha sido no estádio do Manchester, ou no "arena". E que se fosse no Manchester o clube ia ter problemas em continuar a jogar...
Disse-lhe que tinha sido no Manchester Arena e se ele sabia o que as pessoas lá estavam a fazer:
- Não.
- Estavam num concerto, de uma cantora chamada Ariana Grande.
- E o que lhe aconteceu?
- À cantora nada. Mas algumas pessoas ficaram feridas e tiveram de ir para o hospital.
- Também já houve o ataque em Westminster...
- Foi uma pessoa má. Uma coisa muito triste. Mas ouve muita gente boa a ajudar e a maioria das pessoas conseguiu voltar para casa.
Ficámos um bocadinho em silencio enquanto ele vestia o pijama e depois a conversa continuou noutra direcção. Voltei ao assunto só para lhe dizer que sempre que quisesse e tivesse alguma pergunta podia falar comigo. Que eu lhe explicava o que ele quisesse saber.
Não senti preocupação nem medo nesta conversa. Acho que ainda não percebe (e ainda bem) a dimensão de tudo isto.
Este ano houve o primeiro despertar para as "músicas conhecidas" mas não sei quando vamos começar a ir a concertos. Lembro-me daqueles a que fui com o meu pai, quando ainda não tinha idade para ir sozinha. De como o convencemos a ir para o relvado ver os Bon Jovi.
Nunca me passou pela cabeça que algo de mal nos pudesse acontecer. Não sei se os meus filhos vão ter a mesma sorte.
No Observador: Como explicar o terrorismo as crianças
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